José Manuel Pureza, um dos 160 subscritores iniciais do texto "Pelo direito à cultura e pelo dever de cultura!", criticou hoje no seu espaço de opinião na Antena Um o discurso da "subsidio-dependência" que se abate sobre os agentes culturais, comparando o direito à criação e à fruição artísticas com outros direitos sociais.
"É justo acusar quem quer que seja de ser subsidio-dependente porque não lhe é exigido que pague o custo integral de cada litro de água que consome em casa? É justo acusar de subsidio-dependente quem não paga pelo seu bilhete nos transportes públicos o preço que corresponde ao custo integral do seu transporte?". "Não é justo" nem é "sério", responde o professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. E isto só acontece na cultura porque "há quem pense que a cultura e a sua fruição não são um direito e são um luxo, e se são um luxo então que o pague quem pode e que o pague quem quer. Esta é, do meu ponto de vista, uma concepção totalmente anti-democrática das coisas".
Chamando a atenção para o carácter nacional do debate que actualmente se faz em Coimbra, Pureza acrescenta: "em Coimbra como no país, pensar a cultura, a criação artística, a sua fruição, como um direito de todos, a sério e fundamental, é um combate de primeira grandeza no Portugal de hoje".
Admitindo que o movimento possa, por isso, alargar-se a outras cidades onde os responsáveis autárquicos têm desbaratado recursos e potencialidades na área cultural, José Manuel Pureza não deixa, contudo, de denunciar os exemplos específicos do actual executivo camarário nesta cidade: "em Coimbra nós temos um poder autárquico que trata mal muitos dos agentes de criação artística com relevo quer local quer nacional, temos um poder autárquico que acha que os protocolos com esses agentes são mais do que tudo, um gasto de 'uma pipa de massa', temos um poder autárquico que confunde projectos de arquitectura com programação cultural, e temos acima de tudo um poder autárquico que reage à crítica política sobre estes descaminhos acusando os seus críticos de só quererem subsídios para os amigos".
A versão integral pode ser ouvida neste post (basta clicar no Play) ou no site da Antena Um.
"É justo acusar quem quer que seja de ser subsidio-dependente porque não lhe é exigido que pague o custo integral de cada litro de água que consome em casa? É justo acusar de subsidio-dependente quem não paga pelo seu bilhete nos transportes públicos o preço que corresponde ao custo integral do seu transporte?". "Não é justo" nem é "sério", responde o professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. E isto só acontece na cultura porque "há quem pense que a cultura e a sua fruição não são um direito e são um luxo, e se são um luxo então que o pague quem pode e que o pague quem quer. Esta é, do meu ponto de vista, uma concepção totalmente anti-democrática das coisas".
Chamando a atenção para o carácter nacional do debate que actualmente se faz em Coimbra, Pureza acrescenta: "em Coimbra como no país, pensar a cultura, a criação artística, a sua fruição, como um direito de todos, a sério e fundamental, é um combate de primeira grandeza no Portugal de hoje".
Admitindo que o movimento possa, por isso, alargar-se a outras cidades onde os responsáveis autárquicos têm desbaratado recursos e potencialidades na área cultural, José Manuel Pureza não deixa, contudo, de denunciar os exemplos específicos do actual executivo camarário nesta cidade: "em Coimbra nós temos um poder autárquico que trata mal muitos dos agentes de criação artística com relevo quer local quer nacional, temos um poder autárquico que acha que os protocolos com esses agentes são mais do que tudo, um gasto de 'uma pipa de massa', temos um poder autárquico que confunde projectos de arquitectura com programação cultural, e temos acima de tudo um poder autárquico que reage à crítica política sobre estes descaminhos acusando os seus críticos de só quererem subsídios para os amigos".
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Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008, 21:16h.