O estado da cultura em Coimbra foi objecto de uma reflexão trazida a público pelo grupo Amigos da Cultura, que culminou num debate, na quarta-feira, no Teatro Gil Vicente. O presidente da Câmara achou a iniciativa "de louvar" mas que esta "não passou das generalidades".
Um dos promotores da iniciativa foi João Maria André. Para este professor de Filosofia na Universidade de Coimbra, a questão foi dividida em três momentos: o texto "Pelo direito à cultura e pelo dever de cultura!", subscrito por personalidades conimbricenses como Abílio Hernandez, Boaventura de Sousa Santos, Carlos Fiolhais, Gomes Canotilho, JP Simões ou Vital Moreira; a sua publicação on line para subscrição (reuniu 1130 assinaturas) e difusão em blogues; e o debate sobre o valor estratégico da cultura. A interrogação do momento é "como pode Coimbra potenciar a importância da cultura de forma a ultrapassar a situação?". Um panorama em que a cidade tem "a imagem mais baixa possível", em comparação com Viseu, Aveiro ou Guarda, diz André. Do debate surgiu a certeza de que o "círculo vai reunir-se e dar sequência a esta dinâmica, que conseguiu grande adesão da cidade". Carlos Encarnação, o autarca, afirma que o debate passou ao lado de toda a política cultural municipal, que se baseia nas infra-estruturas e "que é mais importante do que a política de subsídios".
César Avó, Sol, 23 de Fevereiro de 2008.