Gonçalo Capitão critica postura de "polícia de choque"

Gonçalo Capitão, membro do Conselho Nacional do PSD, criticou hoje no blog "Ainda há lodo no cais" a forma como a Câmara Municipal de Coimbra tem reagido às críticas feitas pelos subscritores do texto "Pelo direito à cultura e pelo dever de cultura!".

Referindo-se, em concreto, às mais recentes declarações de Marcelo Nuno (feitas no programa "Praça da República", da Rádio Regional do Centro, e citadas pelo Campeão das Províncias), Capitão acusa o vereador de estar "a cumprir diligentemente a sua função de 'polícia de choque'" e defende que "talvez fosse de escolher para arauto alguém que, na volta do correio, respondesse com pergaminhos ou ideias de Cultura...".

Sobre os Amigos da Cultura, o ex-deputado na Assembleia Municipal de Coimbra admite a "inclinação canhota" do movimento, mas considera não ser "dispicienda a plêiade de figuras gradas da cidade" que subscrevem o manifesto.

Deixando implícitas outras críticas ao actual executivo camarário, Gonçalo Capitão conclui o seu texto afirmando: "E mais não digo, porque mesmo que não gostemos de um 'primo', ele não deixa de ser da 'família' (partidária, entenda-se)...". "Sou do PSD e, como nos casamentos, nos partidos há deveres de lealdade", justifica-se.

Recorde-se que, há dois anos atrás, a propósito da publicação do texto "O saneamento básico da cultura", o então deputado do PSD na Assembleia da República distanciou-se da actuação do executivo liderado por Carlos Encarnação, tanto no que dizia respeito aos cortes no orçamento para a cultura - que considerou "uma má decisão" -, como na vitimização da CMC face à suposta discriminação de Coimbra por parte do Governo Central: "A actividade cultural não pode encarar-se como a prestação do condomínio, que alguns não pagam como retaliação para como o vizinho incumpridor".

Consciente da incomodidade que esta posição poderia provocar no seio do seu próprio partido, antevia então: "se, com o que disse há cerca de 7 anos, terminou a minha carreira na Assembleia Municipal e começou um embargo não assumido no PSD de Coimbra, creio que, depois deste post, é até ao ano 3000. Bem, tanto pior..."


Quarta-feira, 27 de Fevereiro, 19:56h.