Boa tarde a todos. Eu estou aqui a falar em nome pessoal, mas também em nome da estrutura que represento. Chama-se O Teatrão, é a estrutura que está instalada temporariamente no Museu dos Transportes. Gostava de começar por recolher algumas das coisas que foram aqui ditas, algumas das quais com que concordo e outras com as quais não concordo.
Desde logo, a ideia defendida de visão estratégica de cultura: apoio-me muito na intervenção do Claudino sobre a ideia de que a cultura tem um valor próprio e que estar a defender e a tentar dialogar com parceiros defendendo que a cultura é geradora de emprego, de riqueza, de turismo, é diminuí-la no seu valor. Esta é a primeira questão.
Depois, como eu também já tinha dito aquando do lançamento deste manifesto, eu subscrevi-o, sem, no entanto, deixar de criticar algumas questões. É um bocadinho aí que eu vou basear a minha intervenção para fazer algumas propostas. Desde logo, a questão política cultural que todos estamos aqui a discutir. Há, de facto, uma responsabilidade óbvia, inequívoca, das autarquias pela definição de uma política cultural. Mas não é única. Eu gostava de lembrar uma coisa: quando nós dizemos que uma autarquia não tem uma política cultural, o facto de ela não a ter já é uma política. Aquilo que eu acho é que Coimbra não pode deixar de ter em conta o facto de ter uma data de instituições de ensino superior que movimentam uma população flutuante na cidade que é muito significativa para a cidade e que ela constitui uma parte da cidade. Há algumas intervenções curiosas aqui que falam da outra parte da cidade, que se sente divorciada da universidade e de toda essa movimentação à volta. Queria salientar essa ideia: todos nós que aqui estamos, e que estamos interessados em resolver os problemas culturais desta cidade, somos, no fundo, responsáveis pela definição de uma política cultural para ela e não podemos nunca ficar à espera que a Câmara Municipal por si só o faça. Por isso eu disse, naquele dia da conferência de imprensa, que gostaria que no fundo do manifesto aparecessem uma data de propostas e gostava de vos lançar o desafio para as começarmos a pensar desde já. Porque é também nessa qualidade que eu venho aqui. Eu venho aqui manifestar a minha disponibilidade para pensar quais serão então as propostas deste grupo, que muito saúdo em se ter constituído e como é que ele pode captar os cidadãos que de alguma forma estão divorciados do ensino superior e da universidade e que apelam a que seja incluída aqui também a dita cultura popular, quer dizer, como é que todos podemos trabalhar no sentido de propor, por exemplo, à Câmara Municipal, os vectores que nós consideramos fundamentais para uma política cultural da cidade.
Se não, corremos o risco, como já alguém aqui disse, de fazer movimentos e depois eles não darem em nada, não terem consequências. Quando falamos de uma cidade, falamos do indivíduo e da sua relação com a cidade e falamos, nomeadamente, do cidadão. E o princípio da cidadania é, para mim, também, o princípio da iniciativa. É nesse sentido que nós temos que nos colocar.
Gostava também de salientar que um dos pontos de partida para isso foi muito bem levantado ali pelo Prof. João Maria André, no sentido da articulação, por exemplo, entre as estruturas, que eu acho que para este trabalho é fundamental.
A minha pergunta é: vimos aqui todos com muito boa vontade, estamos todos muito preocupados com a política cultural da cidade. E agora o que é que vamos fazer para a construir? A partir daqui o que é que se constitui? Vamos fazer grupos de trabalho? Vamos fazer um movimento que trabalhe como? Como é nos organizamos, como é que metemos nesta discussão as universidades, as escolas superiores, os agentes culturais, as outras associações cívicas que estão constituídas na cidade, os grupos de cultura popular, as associações das mais variadas ordens? Como é que fazemos? Esta é a minha pergunta e predisponho-me desde já para trabalhar.
Gostava só de convidar a todos para discutirem também connosco: até Domingo, O Teatrão tem, em conjunto com a Escola Superior de Educação, uma iniciativa de discussão sobre o papel do artista na comunidade. Tem um bocadinho a ver também com isto, portanto todos os que quiserem ir lá discutir connosco (a maior parte das estruturas culturais estará lá representada) estão convidados.
Muito obrigado a todos, sim? Boa tarde.
Desde logo, a ideia defendida de visão estratégica de cultura: apoio-me muito na intervenção do Claudino sobre a ideia de que a cultura tem um valor próprio e que estar a defender e a tentar dialogar com parceiros defendendo que a cultura é geradora de emprego, de riqueza, de turismo, é diminuí-la no seu valor. Esta é a primeira questão.
Depois, como eu também já tinha dito aquando do lançamento deste manifesto, eu subscrevi-o, sem, no entanto, deixar de criticar algumas questões. É um bocadinho aí que eu vou basear a minha intervenção para fazer algumas propostas. Desde logo, a questão política cultural que todos estamos aqui a discutir. Há, de facto, uma responsabilidade óbvia, inequívoca, das autarquias pela definição de uma política cultural. Mas não é única. Eu gostava de lembrar uma coisa: quando nós dizemos que uma autarquia não tem uma política cultural, o facto de ela não a ter já é uma política. Aquilo que eu acho é que Coimbra não pode deixar de ter em conta o facto de ter uma data de instituições de ensino superior que movimentam uma população flutuante na cidade que é muito significativa para a cidade e que ela constitui uma parte da cidade. Há algumas intervenções curiosas aqui que falam da outra parte da cidade, que se sente divorciada da universidade e de toda essa movimentação à volta. Queria salientar essa ideia: todos nós que aqui estamos, e que estamos interessados em resolver os problemas culturais desta cidade, somos, no fundo, responsáveis pela definição de uma política cultural para ela e não podemos nunca ficar à espera que a Câmara Municipal por si só o faça. Por isso eu disse, naquele dia da conferência de imprensa, que gostaria que no fundo do manifesto aparecessem uma data de propostas e gostava de vos lançar o desafio para as começarmos a pensar desde já. Porque é também nessa qualidade que eu venho aqui. Eu venho aqui manifestar a minha disponibilidade para pensar quais serão então as propostas deste grupo, que muito saúdo em se ter constituído e como é que ele pode captar os cidadãos que de alguma forma estão divorciados do ensino superior e da universidade e que apelam a que seja incluída aqui também a dita cultura popular, quer dizer, como é que todos podemos trabalhar no sentido de propor, por exemplo, à Câmara Municipal, os vectores que nós consideramos fundamentais para uma política cultural da cidade.
Se não, corremos o risco, como já alguém aqui disse, de fazer movimentos e depois eles não darem em nada, não terem consequências. Quando falamos de uma cidade, falamos do indivíduo e da sua relação com a cidade e falamos, nomeadamente, do cidadão. E o princípio da cidadania é, para mim, também, o princípio da iniciativa. É nesse sentido que nós temos que nos colocar.
Gostava também de salientar que um dos pontos de partida para isso foi muito bem levantado ali pelo Prof. João Maria André, no sentido da articulação, por exemplo, entre as estruturas, que eu acho que para este trabalho é fundamental.
A minha pergunta é: vimos aqui todos com muito boa vontade, estamos todos muito preocupados com a política cultural da cidade. E agora o que é que vamos fazer para a construir? A partir daqui o que é que se constitui? Vamos fazer grupos de trabalho? Vamos fazer um movimento que trabalhe como? Como é nos organizamos, como é que metemos nesta discussão as universidades, as escolas superiores, os agentes culturais, as outras associações cívicas que estão constituídas na cidade, os grupos de cultura popular, as associações das mais variadas ordens? Como é que fazemos? Esta é a minha pergunta e predisponho-me desde já para trabalhar.
Gostava só de convidar a todos para discutirem também connosco: até Domingo, O Teatrão tem, em conjunto com a Escola Superior de Educação, uma iniciativa de discussão sobre o papel do artista na comunidade. Tem um bocadinho a ver também com isto, portanto todos os que quiserem ir lá discutir connosco (a maior parte das estruturas culturais estará lá representada) estão convidados.
Muito obrigado a todos, sim? Boa tarde.
OUVIR INTERVENÇÃO: