Alexandre
Boa tarde.
Eu ia optar por falar em nome próprio, porque isso permite não ter que discutir cada uma das minhas palavras ou o meu posicionamento político-partidário. Sou o Alexandre e vivo desde sempre em Coimbra, sou aluno desta Universidade e colaboro e trabalho nesta cidade, sou aluno da Licenciatura em Estudos Artísticos. Trabalho como actor ou produtor numa companhia de trabalho concreta e quero dizer que estou também na rota, quase inevitável para muitas pessoas com a minha idade e na minha situação, de ir embora e também de ir tentando trabalhar noutros sítios em simultâneo, para não me reduzir, inevitavelmente.
É muito complicada esta tentativa de englobar todas as estruturas, todas as opiniões, todas as coisas que acontecem. Eu acho os frisos cronológicos e as estratégias muito redutoras.
Quero falar de uma estrutura que me adoptou e que eu adoptei e que eu gostava que não saísse da agenda da cidade, que é a MAFIA. A MAFIA é uma estrutura concreta de colaboração, é uma estrutura que, muitas outras vezes já terão ouvido dizer, é um bom negócio para a cidade, porque é sobretudo a opção de algumas companhias – nesta altura de três companhias de teatro e um cineclube (isto quase que anuncio em primeira mão: o Fila K é desde há pouco tempo mais uma das associações da MAFIA) – e é um movimento federativo, em que as pessoas o que fazem, no concreto, é manter a sua unidade como associações, como produtores artísticos, mas colaboram naquilo em que podem colaborar. Ora esse projecto (eu não faço parte desse projecto desde a fundação, por isso é que usei a expressão adopção), na sua fundação, além de partilhar equipamento, deveria partilhar espaço. Ele ficou sem espaço: a MAFIA neste momento não consegue dar aos grupos nem sítio para guardar os seus cenários, nem sequer consegue dar a si mesma espaço para guardar o parque técnico de que dispõe. Se não forem protocolos muito temporários com outras estruturas (posso saudar o TEUC e o CITAC, por exemplo, para onde vamos mudar agora o nosso parque técnico por algum tempo), se não forem estas soluções muito pontuais, este tal bom negócio para a cidade não tem grande futuro. Se tem futuro ou não, eu não queria demonstrar o meu próprio pessimismo, mas que tem presente e passado, tem. Isso sem dúvida. A MAFIA tem um currículo de centenas de apoios a estruturas, mais predominantes, menos predominantes, as que vão ficar, as que aconteceram uma vez. Tem um currículo de centenas de apoios – vão desde câmaras municipais até pessoas que uma vez tiveram a ideia de apresentar um espectáculo e que nunca mais o voltaram a apresentar. Isso aconteceu.
No fundo, o que eu estou a fazer é a tentar manter a MAFIA na agenda e a convidar outras pessoas a adoptarem a MAFIA também, porque eu tenho consciência que, não sendo lembrada todos os dias, muitos só se lembram dela quando precisam de um par de colunas e de um microfone para realizar uma conferência que não no TAGV.
Muito obrigado.
Eu ia optar por falar em nome próprio, porque isso permite não ter que discutir cada uma das minhas palavras ou o meu posicionamento político-partidário. Sou o Alexandre e vivo desde sempre em Coimbra, sou aluno desta Universidade e colaboro e trabalho nesta cidade, sou aluno da Licenciatura em Estudos Artísticos. Trabalho como actor ou produtor numa companhia de trabalho concreta e quero dizer que estou também na rota, quase inevitável para muitas pessoas com a minha idade e na minha situação, de ir embora e também de ir tentando trabalhar noutros sítios em simultâneo, para não me reduzir, inevitavelmente.
É muito complicada esta tentativa de englobar todas as estruturas, todas as opiniões, todas as coisas que acontecem. Eu acho os frisos cronológicos e as estratégias muito redutoras.
Quero falar de uma estrutura que me adoptou e que eu adoptei e que eu gostava que não saísse da agenda da cidade, que é a MAFIA. A MAFIA é uma estrutura concreta de colaboração, é uma estrutura que, muitas outras vezes já terão ouvido dizer, é um bom negócio para a cidade, porque é sobretudo a opção de algumas companhias – nesta altura de três companhias de teatro e um cineclube (isto quase que anuncio em primeira mão: o Fila K é desde há pouco tempo mais uma das associações da MAFIA) – e é um movimento federativo, em que as pessoas o que fazem, no concreto, é manter a sua unidade como associações, como produtores artísticos, mas colaboram naquilo em que podem colaborar. Ora esse projecto (eu não faço parte desse projecto desde a fundação, por isso é que usei a expressão adopção), na sua fundação, além de partilhar equipamento, deveria partilhar espaço. Ele ficou sem espaço: a MAFIA neste momento não consegue dar aos grupos nem sítio para guardar os seus cenários, nem sequer consegue dar a si mesma espaço para guardar o parque técnico de que dispõe. Se não forem protocolos muito temporários com outras estruturas (posso saudar o TEUC e o CITAC, por exemplo, para onde vamos mudar agora o nosso parque técnico por algum tempo), se não forem estas soluções muito pontuais, este tal bom negócio para a cidade não tem grande futuro. Se tem futuro ou não, eu não queria demonstrar o meu próprio pessimismo, mas que tem presente e passado, tem. Isso sem dúvida. A MAFIA tem um currículo de centenas de apoios a estruturas, mais predominantes, menos predominantes, as que vão ficar, as que aconteceram uma vez. Tem um currículo de centenas de apoios – vão desde câmaras municipais até pessoas que uma vez tiveram a ideia de apresentar um espectáculo e que nunca mais o voltaram a apresentar. Isso aconteceu.
No fundo, o que eu estou a fazer é a tentar manter a MAFIA na agenda e a convidar outras pessoas a adoptarem a MAFIA também, porque eu tenho consciência que, não sendo lembrada todos os dias, muitos só se lembram dela quando precisam de um par de colunas e de um microfone para realizar uma conferência que não no TAGV.
Muito obrigado.
OUVIR INTERVENÇÃO: