A cultura em Coimbra não está bem, na opinião de um crescente número de cidadãos do meio académico e cultural, que contestam a política cultural municipal. Em 2005, este movimento juntou 60 assinaturas num alerta para os caminhos que a política cultural da autarquia estava a
traçar. Três anos depois, "a situação está pior", dizem num novo manifesto - "Pelo direito à Cultura e pelo dever de Cultura" - que reúne mais aderentes, num tom de fortes críticas à autarquia.Entre os muitos signatários, constam muitos agentes culturais, mas também docentes universitários, como Abílio Hernandez, Carlos Reis e José Reis, entre muitos outros. Mas também personalidades de outras áreas, como o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto. Na internet, www.amigosdacultura2008.blogspot.com, circula o abaixo-assinado.
O manifesto foca os elevados cortes que o orçamento municipal para a Cultura tem sofrido nos últimos anos. No comunicado garantem que "as verbas para a cultura sofreram um novo corte de três milhões de euros, sendo hoje menos 80% do que em 2004".
Para estes cidadãos, "Coimbra é hoje uma cidade amarfanhada do ponto de vista cultural". A autarquia "já não se limita a não apoiar devidamente a actividade cultural, como assume-se como um elemento dificultador e tendencialmente destruidor do potencial de criação artística que a cidade possui", acusam.
Mário Nunes, vereador da Cultura é dos mais visados nas críticas - alguém que "insiste na mais ultrapassada dicotomia entre cultura popular e cultura de elites, agarrado a conceitos que já só fazem sentido na sua cabeça", referem no comunicado.
O teor do documento é de forte oposição à "falta de plano estratégico cultural" para Coimbra. Revela, segundo José Reis, unidade entre os diversos agentes culturais da cidade. Mas durante a apresentação, Isabel Craveiro, do Teatrão, apesar de ter assinado o documento, mostrou-se discordante sobre o tom das críticas, pois "o afrontamento não resolve nada", tendo defendido "mais diálogo". No próximo dia 20 de Fevereiro, a cultura da cidade vai estar em debate no Teatro Gil Vicente, pelas 17 horas.
Américo Sarmento, Jornal de Notícias, 24/01/08
traçar. Três anos depois, "a situação está pior", dizem num novo manifesto - "Pelo direito à Cultura e pelo dever de Cultura" - que reúne mais aderentes, num tom de fortes críticas à autarquia.Entre os muitos signatários, constam muitos agentes culturais, mas também docentes universitários, como Abílio Hernandez, Carlos Reis e José Reis, entre muitos outros. Mas também personalidades de outras áreas, como o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto. Na internet, www.amigosdacultura2008.blogspot.com, circula o abaixo-assinado.
O manifesto foca os elevados cortes que o orçamento municipal para a Cultura tem sofrido nos últimos anos. No comunicado garantem que "as verbas para a cultura sofreram um novo corte de três milhões de euros, sendo hoje menos 80% do que em 2004".
Para estes cidadãos, "Coimbra é hoje uma cidade amarfanhada do ponto de vista cultural". A autarquia "já não se limita a não apoiar devidamente a actividade cultural, como assume-se como um elemento dificultador e tendencialmente destruidor do potencial de criação artística que a cidade possui", acusam.
Mário Nunes, vereador da Cultura é dos mais visados nas críticas - alguém que "insiste na mais ultrapassada dicotomia entre cultura popular e cultura de elites, agarrado a conceitos que já só fazem sentido na sua cabeça", referem no comunicado.
O teor do documento é de forte oposição à "falta de plano estratégico cultural" para Coimbra. Revela, segundo José Reis, unidade entre os diversos agentes culturais da cidade. Mas durante a apresentação, Isabel Craveiro, do Teatrão, apesar de ter assinado o documento, mostrou-se discordante sobre o tom das críticas, pois "o afrontamento não resolve nada", tendo defendido "mais diálogo". No próximo dia 20 de Fevereiro, a cultura da cidade vai estar em debate no Teatro Gil Vicente, pelas 17 horas.
Américo Sarmento, Jornal de Notícias, 24/01/08